Tuesday, June 14, 2005

Finito

"fazia vento, era uma daquelas tardes de verão em que o sol começa a entrar no mar, espanhando a sua cor dourada por toda uma linha lá longe, a que muitos chamam horizonte.
estava calor, trinta e poucos graus, de modo a que o vento até se tornava agradavél contra a pele. sentia a camisa de seda contra a si numa dança estranha e estontiante que a fazia mexer a cabeça lentamente. quem a observava ao longe via uma dança estranha de cabelos e ritmos lentos, mas misteriosos e belos.
sentia a necessidade de se libertar.. sentia que estva presa dentro da sua própria liberdade à demasiado tempo. atormentava-a o facto de não se conseguir libertar de si própria e o convivio consigo mesma estva a enlouquece-la lentamente.
vivia num pequeno apartamento na baixa da cidade de frente a um cinema antigo, o que a fazia sentar-se à janela a observar a roda viva de pessoas que passavam por aquela rua e nem sequer reparavam no cinema ou nela.
Ela era como aquele venho cinema, algo mágico e cheio de significado, mas que já ninguém ligava devido à existência de mil e uma atracções novas.
tinha ido à praia para se tentar libertar da angustia de si mesma. levava a sua máquina fotográfica que era a única coisa que lhe provocava um conforto genuíno. desde cedo se dedicara à fotografia, achando algo mágico na téctina de revelação: a impressão no papel brilhante, as sucessivas passagens pelo líquido revelados e depois o aparecimento da imutável verdade captada num simples papel, onde toda a magia de uma tarde se fazia sentir no reflexo dos olhos de alguem...
Estava assustada e não conseguia controlar mais aqueles sentimentos de angustia. tinha cortado relações com metade dos seus amigos desde que mudara para aquele apartamento, e os novos amigos que fizera resumiam-se a um labrador castanho que dera à visinha, um mendigo a quem dava sempre uma nota no seu caminho para casa e o homem que recebia os seus e-mails de trabalho.
Não tinha nada a perder e nada a deixar para trás... só a sua máaquina, mas assim que que alguem revelasse aquele seu último rolo perceberia toda a sua desnecessária existência e compreenderia.
despiu a camisa de seda e a sua saia, que ficaram postas ao acaso sobre a areia, fazendo a imagem digna de um quadro. respirou fundo e deitou a cabeça para trás olhando o céu e absorvendo todas as cores daquele fim de tarde. entrou na água fria do mar ao mesmo tempo que o sol mergulhava no horizonte..."


Finito

2 comments:

ju said...

se o texto está lindo
nem queiram saber a foto da camisa de seda e saia expostos sobre a areia!

Anonymous said...

Bem se metexes aki akela foto dava um toke lindo ao texto k e... (de ja)um texto espetacular!! E foste tu k o fixeste? Meu deuss... acredita tens mm mttttt jeito para isto! Ta lindo mm divinal...
Ja penxas.te ser escritora?


Miga Maluka