Tuesday, July 05, 2005

um conto de sereias...

"foi num daqueles dias de 40ºC, em que mal se podia andar na praia que ela viu pela primeira vez aquela mítica personagem... já ouvira falar nesses seres e até já lera em alguns livros, mas nunca pensara que num dia como aquele, em que a praia estava cheia, que veria uma sereia. mas ali estava ela, à sua frente, com os cabelos de um preto esverdeado que pareciam escorrer óleo, com uma mãos cor de pérola com dedos finos e longos e com unhas estranhamente longas...
de onde estava ela até parecia normal... uma mulher com um biquini um tanto excentrico e diferente, mas nada na sua figura revelaria a sua verdadeira identidade, apenas... a cauda... de onde estava não a conseguia ver, pois ela mantinha-a dentro de água, mas mais de perto reparava-se nas escamas ao longo da parte interna do braço, e se ela mergulha-se então veria-se a formosa e longa cauda de escamas esverdeadas que a embelezava e tornava tão única.
Ali estava ela no meio da multidao, misturada com aqueles que não apareciam nos contos de fadas... ali estva ela a observar a praia, com chapéus de sol de todas as cores, com pessoas de todos os tipos... observava os rapazes a correrem com as suas longas e finas pernas bronzeadas pelo sol da manha... observava as mães grávidas com grandes barrigas e os maridos que lhes massajavam as costas...
estva perdida nos seus pensamentos, perdida num sonho real de que a sua vida era diferente e que nunca poderia fazer parte daquilo, divagava no sonho de um dia ter pernas e andar, de um dia poder ter uma barriga grande e ter filhos a jogar a bola. Sonhava acordada numa bruma tépida de realidade que lhe passava pela mente.
foi nessa altura que se aproximou da sereia e lhe viu a cauda, que viu que ela uma figura dos seus sonhos e dos seus livros pa adormecer. Ela era a personagem de mil filmes e no entanto continuava tão nova, ela existia e estva ali, com os olhos cor de água, de um azul líquido em que se conseguia ver a ondulação. ela existia e sentia o calor da excitação de ser a primeira pesso a ver uma seria a queimar-lhe o corpo inteiro. Era um ardor intenso que lhe dava um prazer mórbido...
acordou sobressaltada no meio de uma multidão de chapéus coloridos e pessoas em fatos de banho pequenos... olhos apara o mar e viu lá ao longe uma figura delicada fina com um cabelo negro que ao sol das onze adquiria reflexos verdes...."

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