Thursday, July 07, 2005

contador de histórias...

sentado na sua cadeira de baloiço contava a história pela quarta vez naquela noite, estava rodeado pelos seus sete netos e pelas suas sete netas, claro que nem todos eram netos netos, mas eram todos netos! uns eram os netos de sangue, os outros eram os miúdos da vizinhança que se juntavam às tardes para o ouvirem contar histórias.
Todos os seus netos (os emprestados e os outros) estavam entre os 4 e os 9 anos, pelo que a confusão naquela casa era uma constante, mas quando o avô começava a acontar a história todos se sentavam quietos e só falavam no final.... era um ritual mágico que acalmava todos.
Ele era um contador de histórias e os seus netos os mais fieis ouvintes.
Naquela noite reinava a história de Franklin o temível pirata dos sete mares, o rei das marés e conquistador de barcos e corações. A história era de aventura e romance, em que cada homem era uma ilha e que cada ilha tinha o seu porto, uma história digna de um filme, filme esse que se desenrolava lentamente, de diversas maneiras, em catorze pequenas mentes.
O avô ao contar a história escolhia com cuidado as palavras, e todas elas saiam com emoção, pois ele, antigo marujo, sentia o vento e os salpicos da água, o cheiro da maré e as primeiras nuvens da tempestade, mesmo que elas tivessem numa simples hitória. Sentia tudo o que contava, e por cada nova palavra aparecia-lhe no rosto uma nova expressão, que fazia sobressair uma nova ruga, talhada à muito tempo naquele velho rosto. Tinha rugas de sorrir, de chorar, de pensar, rugas de brincar e de ralhar... cada ruga tinha uma história para contar, e a maioria eram histórria do seu tempo no mar.
Ele amava o mar e mal sabia viver naquela rua de vivendas rasteiras rodeada de prédios, onde o tinham enfiado. A sua única alegria ali eram as tardes, tão bem passadas, rodeado de crianças....
Naquela tarde o conto tinha-se demorado e já começara a escurecer... os seus netos de olhos muito abertos olhavam para ele espantados pela emoção da história, mas nas suas carinhas começavam-se já a ver sinais de cansaço. Acabou a história pela quarta vez e mandou todos os seus netos "emprestados" para casa, deitando os outros.
sentou-se na sua cadeira de baloiço, onde, olhando pela janela relembrou todas as suas aventuras no mar, aventuras essas que davam pa um livro de histórias tão grande como a própria história da terra... fechou os olhos e adormeceu com o cheiro da marecia e o cantar das gaivotas...

1 comment:

Anonymous said...

oi...!tá xlente!agr deu m pa ler....estes teus contos...toda a gent sab keu detest contos....fazem m dormir...!portant...seu sigo k tá xlente....é pk é mm kualker coisa!tava aki a ler ixo c mais uma pexoa ao lad..o k detest...mas ....exa pexoa ..vira s e diz: já ninguem entende exas historias....!(ou seja ...tbm gostou...e fez lhe pensar em coisas paxadas...da vida....)
bem...td ist e pa dizer.....o k já dix....e k est conto (dependendo das interpretaçoes...d cada um) faz m pensar nas coisas k tao mal e k tao bem (principalment as k tao mal)nas relaçoes homem/homem....e k sao mtas coisas! bjs JP