Sunday, January 16, 2005

o erro....

estava a ficar escuro... o sol tinha acabado de se por atrás do último prédio da rua. era uma daquelas ruas que sobem sobem sobem e não parecem acabar. ele continuou a subir... já estava a ficar cansado, e estava cada vez mais escuro... mais escuro...
uma tremula luz surgiu no candeeiro de rua... aqueles acndeeiros com luz fraca contra o fundo negro do céu sempre o tinham intrigado. prendiam-lhe o olhar como se fossem mágicos, belos, de outro mundo. saiu do transe provocado pelo candeeiro quando o chamaram... gritaram o seu nome. virou-se de repente, mas não viu ninguem. a rua estava deserta. deserta de uma maneira perturbadora. o silêncio envolvia-o lentamente, para ser cortado por um segundo chamamento. voltou-se.
ninguem.
ninguem.
ninguem.
uma angústia começou a apoderar-se dele... o coração começou a ficar pesado, parecia feito de chumbo. sentiu o seu corpo ser puchado para trás. olhou mas continuava sozinho na rua. mãos invisíveis puchavam-no, como se o quisessem impedir de continuar, como se o avisassem. lutou, queria-se libertar. estava a ficar com medo e um frio começava a entrar pela camisa. sentia-se mal, queria fugir, mas aquelas mãos puchavam-no cada vez com mais força.
lutou...
lutou...
lutou...
ignorou o aviso do seu coração que o impedia de continuar e conseguiu dar um passo em frente...
errou...

2 comments:

éme said...

"ninguém.
ninguém.
ninguém"
lindo

Nechtan said...

O único erro a dar
é cair nos braços da Morte sem lutar.



(em frente é o caminho... é lutar... é viver... não está nada perdido.)