Tuesday, August 22, 2006

"estava parado em frente ao espelho, como tantas vezes naqueles ultimos dias. A imagem reflectida por aquele velho espelho era uma mera sombra distorcida, sem brilho. Não recolhecia aquela imagem, assim como não se reconhecia a si própria.
O espelho atraía-a. Ás vezes dava por si naquela sala desprovida de móveis ou janelas, onde um velho espelho pendia do tecto, balouçando como se tivesse a vida de um louco. Era dificil acompanhar o movimento do espelho, e as imagens que este transmitia não estavam fixas, mas em constante mudança, como ele próprio.
Aquele pedaço de vido mágico, debruado a metal dourado, tinha vida e possuia um brilho interior que o tornava estranhamente belo e hipnotizante.
Mais uma vez encontrava-se ali, naquela sala, sentada no chão, a ver um grande espelho rodopiar como um louco e uma frase inundou-lhe a mente, sem sentido de oportunidade ou razão: "as coisas não podem acabar bem, porque se não, não acabavam".
Não sei porquê que esta frase chegou, ou como irá partir, no entanto, por agora, flutua naquela sala junto dela e do espelho, que sem motivo aparente, continua a rodopiar como um louco"

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