Friday, February 17, 2006

" já era tarde quando chegou a casa, despiu o casaco e descaçou-se mesmo à entrada. estava cansado, o dia tinha sido exaustivo e repleto de emoções boas e más.
Dirigiu-se à casa de banho e ligou a torneira quente da banheira. Ficou paralisado enquanto via a água correr e enchar lentamente a banheira, não mexeu um múculo, até que o preciso processo terminasse. Desligou a torneira, despiu-se, e meteu-se na água quante, sentindo-a queimar lentamente, dorolosamente, agradavelmente, a sua pele....
Começou a fazer um balanço do dia: o resultado era nulo. O dia teria sido bom, se não fosse ele... tudo tinha estado perfeito, nos sítios certos e à hora certa, as coisas tinham corrido bem e tinha acabado a tarde em pleno numa qualquer praia a ver o por do sol ao lado da pessoa que amava.
só uma coisa não enquadrava com a harmonia daquele dia, especialmente daquela tarde: ele.
Às vezes a desolaçãao não aprece nos momentos maus, mas sim nos bons... fora isso que acontecera. ele estava lá, fisicamente, mas a sua mente divagava e questionava tudo, todos os gestos, todos os geitos, todas as palavras, carícias e beijos. Algo que normalmente consideraria perfeito, aparecera para ele naquela tarde coberto por uma nebelina, por uma bruma de desolação e peso de consciência. Não se tinha conseguido distanciar desses pensamentos, não tinha conseguido dissolve-los. Estava, agora, deitado, com a água quente a queimar-lhe o corpo e, sentia-se feliz e triste. Pensava nela e o seu mundo iluminava-se, pensava nele e esse mesmo mundo desmoronava-se... estava confuso, ele, era ele próprio que não estava bem, era ele próprio que não devia existir naquela história, era ele próprio que deveria desaparecer, era o seu nome que deveria ser apagado com um sopro de renovação.
Fechou os olhos e deixou a cabeça escorregar também para dentro de água. Esperava que a água limpasse a sua alma, levasse a bruma que o atormentav e deixa-se mais lípidos e puros todos os seus pensamentos....
Sabia que não era na água ou num qualquer deus imaginário que estaria a solução, mas sim nele, era dentro dele próprio que a encontraria, um dia, não naquele...

2 comments:

Smple said...

Cada palavra que escreves é magia, cada texto que "publicas" é uma obra de arte. Ainda vamos ouvir falar muito de ti. ;)

Give me strength !

Anonymous said...

allo!
ond é k tu vais buscar o jeito pa escrever estas cenas?.. só tenho isto pa dizer xpetaculo! tens uma grand capacidd pa por d uma forma super irreal é ao mesmo tempo verdadeira o k todos nós as vezes sentimos!
qdo fores famosa por escrever estas coisas nem t esquexas dos amigos!!!!!!!!!!! lool